domingo, 3 de fevereiro de 2013



Sou(L)venir

Já não conto por quantas vezes me pergunto a mesma coisa; como uma vitrola com disco arranhado, em uma repetição constante e contínua.
Sempre parando e observando, mas nunca conseguindo, de fato, entender como as coisas foram ficando cada vez mais sérias.


Fomos esquecendo com o tempo as coisas que devíamos ter por prioridade, fomos perdendo os princípios, a gentileza, os bons hábitos.

Esquecemos das nossas famílias, dos nossos amigos, fomos perdendo tanto tempo...

E a correria dos dias só nos trouxe frustrações, desencantos... O famoso "stress" pelas buzinas da cidade e os engarrafamentos. Vemos acidentes, vemos fome, vemos perdas, vemos tudo passando diante dos nossos olhos, mas não nos importamos com isso, pois estamos muito ocupados com o horário do trabalho que temos que cumprir, ou com o aumento que tanto almejamos, ou com o horário no salão de beleza, tudo isso para maquiar não o rosto, mas a alma.

Estamos nos tornando cada vez mais egoístas, mas mesquinhos, mais consumistas. E há quem culpe o sistema, mas o que não entendem é que o sistema só existe porque existem pessoas, que dão sua própria "vida" para faze-lo existir. Mas e quem lembra que é uma pessoa, não é mesmo?! Quem tem tempo para lembrar do que existe, ou existiu um dia dentro de cada um? 

Somos aqueles que, no silêncio da noite, ligam o som para não dar ouvidos ao nosso pensamento e para nos livrarmos das culpas e responsabilidades que nos perseguem... Somos eternos fugitivos.

E para quê estudamos tanto, para hoje sermos analfabetos?! Construímos máquinas sofisticadas, que acabam com o equilíbrio da natureza (esquecendo que nós, somos natureza também) e nos deixam cada dia mais solitários, intolerantes, egoístas... Construímos a nossa destruição e nem mesmo percebemos, isso porque estávamos mais preocupados em sermos melhores que os outros e um dia sermos exibidos para o mundo, belos, em prateleiras, como souvenir.


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