Mundana
Ela é o retrato da infâmia
Possui boca profana
Que duvida e não se espanta
Com a mediocridade de ninguém
Ela tem um só sapato para seus dois pés
Anda puída
Atrevida
E injuriada
Corre sem rumo
Pega qualquer estrada
Desnorteada, ela estava embriagada...
De solidão.
E seu amargor era imundo
Enraizado e tão profundo
Que acreditou não ter mais coração.
Então ela foi num mandingueiro
Fez pacto com o não justiceiro
E debandou-se pelo mundo.
Desacreditou-se da vida
Levou o tempo a abrir suas feridas
E rasgar-se em seu bordão:
"-Eu sou Deus! Eu sou Deus!"
Dizia ela prepotente
Para toda situação.
Até chegar aquele dia
Que ela tanto pedia
Mas da vida só ouvia "não".
Ela encontrou o seu adeus no bar
Bem na hora que ia ao banheiro acabar
Com toda aquela sofreguidão.
Nos restos de vidro o sangue escorria
No corpo imundo o sangue descia
E ela parada apenas sorria
Ao pensar no camburão.
Mas algo estranho aconteceu
Uma luz no fim do túnel se ascendeu
E ela ainda pode ouvir um ruído renitente.
Era o som de uma sirene
Com luzes pálidas
O vento frio, impiedoso e perene
Que lhe soou triste e estridente
Pela derrota da sua contemplação.
E agora ela se faz Joana
Amanhã finge ser Caetana
E quem sabe um dia será só ela
Ou mais ninguém.
Ela ainda anseia encontrar
Numa esquina
Ou em qualquer lugar
O destino que lhe convém.
Resolvi revisitar meu blog e revi seus comentários. Passei aqui pra dar uma relembrada. Que texto fantástico!
ResponderExcluirResolvi revisitar meu blog e revi seus comentários. Passei aqui pra dar uma relembrada. Que texto fantástico!
ResponderExcluirObrigada Edurt.
ResponderExcluirJá faz tempo que não escrevo, mas fico contente em saber que você ainda lembra deste espaço que tenho ainda tanto apreço.
Um forte abraço!